
Realizou-se no passado dia 2 (sábado) o XIX Encontro de Coros, organizado pelo Orfeão Polifónico de Mortágua. Para além do grupo anfitrião, estiveram em palco o Coral Polifónico de Alter (Alto Alentejo), Grupo Coral da Assoc. Cultural e Recreativa de Dume (Braga) e Grupo Coral David de Sousa, Figueira da Foz. A excepção do coro figueirense, que se apresentou pela segunda vez em Mortágua, todos os outros visitaram pela primeira vez o concelho, representando diferentes regiões do País. Coube ao grupo da casa abrir o espectáculo, sob a regência do Prof. Francisco Neves. Com 27 elementos em palco, o seu programa inc
luiu temas populares portugueses e brasileiros, destacando-se dois temas da canção coimbrã, “Igreja de Santa Cruz” e “Coimbra é uma lição” e o fado “Foi Deus” que foi composto por Alberto Janes para a voz de Amália Rodrigues. Seguiu-se no alinhamento o grupo vindo de Alter do Chão, terra do cavalo lusitano. Apresentou um conjunto de 21 elementos, sob a direcção do Maestro Prof. Vítor Miranda. Executou temas populares de vários países e épocas e temas litúrgicos. Alter do Chão é um concelho relativamente pequeno, com cerca de 4 mil habitantes, daí o facto do grupo coral local integrar elementos do concelho vizinho do Crato. Estando próximo de Espanha, são frequentes os intercâmbios com grupos do país vizinho. O Grupo Coral de Dume (terra de S.Martinho de Dume), sob a direcção artística do Dr. António da Costa Gomes, apresentou-se com 22 coralistas. O repertório consistiu essencialmente em música popular erudizada, tendo alguns temas arranjos do Maestro Manuel Faria, uma figura sonante da nossa música sacra e profana, que deixou uma grande produção musical, desde missas, concertos, sinfonias, sendo no entanto um nome relativamente esquecido. Finalmente subiu ao palco o Coral David de Sousa, com 38 elementos. Dirigido pelo Maestro Adelino Martins apresentou um repertório constituído por temas de raiz folclórica, clássicos do cinema, como o “Edelweiss” do filme “Música no Coração” e “El Reloj”, de Roberto Cantoral, que sofreram arranjos adequados à sua interpretação por grupos corais. Deixou bem vincada a sua extraordinária categoria, dispondo de um naipe de vozes femininas muito alargado que lhe dá dimensão vocal e visual. O tema final, a famosa canção napolitana “O Sole Mio”, foi a cereja em cima do bolo, com o público de pé a tributar um demorado aplauso. Assistiu-se como habitualmente a um agradável serão cultural, com belíssimas vozes, canções eternas e de diferentes géneros musicais, executadas no estilo particular de cada grupo, mas todos eles sublimando a beleza e versatilidade da voz pura e simples. No final do Encontro e como é da praxe, procedeu-se à entrega de ramos de flores aos Maestros e de lembranças aos grupos convidados. Antes de partirem rumo às suas terras, os coralistas foram brindados com um lanche, no salão superior, que serviu para estreitar laços de amizade e constituiu animado convívio, não faltando as cantigas de despedida. “O gosto pelo canto, a amizade e a satisfação pelo convívio, são as únicas formas de compensação destes grupos corais”, parafraseando a apresentação de um dos grupos, uma realidade que é comum a todos os grupos corais deste País. A maioria dos coralistas não tem formação musical mas encontrou na música coral o seu espaço de lazer, de encontro, de partilha, de cidadania. Uma última nota para o público, apenas algumas dezenas de pessoas. O futebol na televisão, a Queima das Fitas, o fim de semana prolongado, com muita gente a ir de férias, terão contribuído para essa fraca adesão, mas não há que desistir, a música coral está viva e recomenda-se. Lembramos que o Orfeão Polifónico de Mortágua tem a funcionar uma Escola de Canto para todos os interessados, de todas as idades.
Fonte:
Câmara Municipal de Mortágua
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